Autoconhecimento, Maternidade

33 Semanas de Expansão

E aqui estou eu novamente, depois de uma pausa tão grande na escrita.

Inocência a minha quando achei que longos NOVE MESES seriam tempo suficiente para estar pronta pra tua chegada, filho. Parece que foi ontem que te escrevi pela última vez.

Estamos na reta final… Os últimos dias foram de muitas lavagens de roupinhas incríveis que tu ganhou. Por sinal, o instinto materno aparece sem a gente nem perceber… A primeira vez que vi ele acontecendo foi logo no início da gestação, quando fui surfar com o teu pai. O mar estava pequeno, ondinhas muito menores do que as que costumava pegar e hesitei em MUITAS DELAS. Não foi racional, meu corpo simplesmente não ia. Deixei passar ondas que eu pegaria facilmente antes de te ter aqui comigo, mas com certeza eu não arriscaria nem 1% em nos derrubar no mar. O corpo ficou, eu respeitei. Acho que peguei duas ondas naquele dia, mas saí feliz com as incríveis façanhas que o instinto materno faz.

Depois disso, me peguei dividindo uma das coisas mais simbólicas que eu tenho, a minha penteadeira. Há anos ela me acompanha, não importa quantas vezes eu me mude, quantas vezes eu me desloque, ela está sempre onde estou. Descobri que ela representa pra mim aquele PIN que vemos no Google Maps, ela é o PIN da minha localização, ela está onde meu lar está. Ela sempre foi minha, tua vó desenhou ela para caber EXATAMENTE as minhas coisas (meus CDs e DVDs, por exemplo, coisas que certamente não vão fazer parte da tua realidade) e sim, isso já mostra que faz MUITO TEMPO que ela me acompanha. Acontece que eu nunca dividi esse móvel com ninguém, até que de repente tuas roupinhas começaram a chegar e eu abri mão de uma gaveta dela para tu poder ocupar. Logo em seguida, precisamos de outra gaveta, eu tirei tudo que tinha nela, fiz uma limpa e te dei a tua segunda gaveta. Precisei repetir isso mais algumas vezes até ter colocado metade das minhas coisas fora para tu poderes ocupar com as tuas próprias coisas, que por sinal, não pararam de chegar.

Justamente por isso, teu pai está vindo aqui, trazer o móvel novo que compramos pra ti, porque eu já entendi que ser mãe é te colocar em primeiro lugar, seja abrindo mão de algumas coisas minhas, seja te dando o espaço que eu nem pensava em me dar.

Por falar nesse espaço, já começo perceber que vou descobrir e realocar novos e intermináveis espaços ao longo das nossas vidas… Não vejo a hora para isso, mas confesso, também não estou com pressa, tenho muita coisa pra organizar por aqui antes da tua chegada.

E sobre essa organização, não estou me referindo das estruturas físicas não.

Deixe um comentário