Maternidade

6 Meses

Num piscar de olhos meio ano se passou. Hoje a gente comemora 6 meses desde que você nasceu. Seis meses de conquistas, aprendizados, de respeito mútuo e da amamentação exclusiva no peito. A gente forma uma boa dupla, meu gatinho!

Noite passada foi a primeira noite que tu dormiu sozinho no quarto, comigo te fazendo carinho no berço e contigo agarrado na minha mão. Eu fiquei te embalando, te olhando e observando as tuas mãozinhas tão pequenas deslizarem nos meus dedos até tu dormir, da mesma forma que tu costuma fazer quando mama, mas dessa vez com muito mais independência.

Quando tu dormiu eu percebi: realmente já se passaram seis meses (tão longos e tão rápidos) e eu me vi com os olhos cheios de água na penumbra do quarto só de te ver adormecendo praticamente sozinho.

E confesso, fiquei ali parada por alguns bons minutos esperando que tu fosse acordar a qualquer instante querendo a minha companhia, mas a gente sabe, isso não aconteceu. Você já estava preparado, eu que ainda não.

Feliz meio ano, meu amor.

Maternidade

E você chegou.

Dia 18 de Setembro amanheceu diferente. Acordei às 5h30 muito feliz por ter conseguido dormir a noite toda, mesmo que com aquele barrigão todo e inacreditavelmente sem nenhum despertar para ir ao banheiro. Teu pai estava dormindo do meu lado, filho e quando eu levantei senti alguns pingos escorrerem pelas pernas. Fiquei intrigada, no dia anterior havíamos ido na fisio pélvica, como religiosamente íamos todas as sextas e ela havia elogiado meu assoalho pélvico… Será que nesse ponto da gestação eu teria tido escape de xixi??

Fui ao banheiro, esvaziei a bexiga e voltei a me deitar. Fiquei com aquilo na cabeça, intrigada e não consegui mais dormir. Pouco tempo depois, decidi me levantar de novo e lá estavam novamente os pingos escorrendo… É, poderia ser a bolsa, não é mesmo? Eu sempre soube que você viria antes, mas eu ainda achava que seria na semana seguinte e não “tão antes” assim… Teu pai acordou e me viu parada, imóvel, de pé no quarto, foi quando ele perguntou se eu estava bem e só consegui dizer: “acho que a bolsa rompeu”. Ele levantou dizendo um “eita” e fomos pra sala, tomar café e processar a informação. Lá estávamos nós dois, como quando descobrimos a gestação: na sala, digerindo tudo aquilo. Esperei até umas 10h para comunicar a doula e a obstetra e foi quando as contrações começaram bem fraquinhas, como uma cólica que eu já conhecia. Quando a doula disse: “nos vemos mais tarde então” foi quando eu entendi que o nosso encontro estava muito mais próximo do que eu havia imaginado.

As contrações foram aumentando e quando elas ficaram ritmadas o suficiente fomos pra maternidade. Internamos às 14h e nesse ponto eu já não estava vendo mais graça nas contrações, no entanto, conseguia aproveitar muito o relaxamento que elas deixavam quando elas passavam. Fomos direto pra sala de parto, neste ponto eu já estava com 5 dedos de dilatação e perdendo a noção do tempo. Daí pra frente lembro de algumas coisas muito claras que vou tentar descrever.

Lembro de ir pro chuveiro para aliviar as dores, lembro do teu pai me olhando com olhos de carinho e me dando um suporte que foi fundamental, lembro de focar apenas na próxima contração, sem expectativa de tempo, de demora, de finalização, mas confesso que em algum momento ficou difícil e falei isso pra doula que com aquela voz doce disse “Eu sei, é difícil mesmo, mas tu está indo muito bem”. Lembro de pensar que se eu quisesse pedir analgesia em algum momento eu poderia e bem sinceramente, até hoje eu não entendi o que fez eu não cogitar isso como uma possibilidade real. Chegou num ponto que eu estava cansada, teu pai estava cansado (de tanto que eu apertei ele) e acabei me apegando em alguns detalhes que fizeram eu perceber que o nosso encontro estava muito perto.

Vi a doula mudando o ambiente, trazendo velas pra onde estávamos, vi a obstetra colocando luvas e conferindo teus batimentos a cada momento (e você esteve tão estável o tempo todo filho, que realmente me impressionou), senti as contrações intensificarem de uma forma que eu não tinha como imaginar antes e foi quando decidimos que eu iria te esperar na cama. Perguntei inúmeras vezes se estava tudo bem e se estávamos quase, “quase” me servia muito mais do que horas e minutos, porque eu realmente não tinha mais noção de tempo. Foi quando eu vi a obstetra abrir todo o estojo para preparar a tua chegada, entre minhas vocalizações como a fisio recomendou, apertos no teu pai e muito amor da equipe que eu ouvi um “nunca esteve tão quase”, “daqui umas duas ou três contrações ele vem”. Nunca me concentrei tanto.

E foi como tu veio, filho. Com uma equipe incrível, com um trabalho de parto respeitoso, meu e teu, entre massagens que ganhei da doula, entre cuidados da obstetra contigo e com todo o amparo e amor que teu pai podia nos dar. Ás 20h25 tu chegou nesse mundão pra fazer meu coração transbordar. Sem analgesia, sem lacerações, me fazendo transcender e expandir para um lugar que eu jamais poderia ter imaginado.

Eu não tenho palavras pra agradecer à essa equipe que nos ajudou para esse dia ser tão especial, eu não tenho palavras pra agradecer ao teu pai por ter sido meu porto seguro no momento mais desafiador da minha vida, eu não tenho palavras pra te agradecer por ter nos escolhido.

Tu nasceu e eu renasci junto contigo, obrigada meu amor.

Autoconhecimento, Maternidade

33 Semanas de Expansão

E aqui estou eu novamente, depois de uma pausa tão grande na escrita.

Inocência a minha quando achei que longos NOVE MESES seriam tempo suficiente para estar pronta pra tua chegada, filho. Parece que foi ontem que te escrevi pela última vez.

Estamos na reta final… Os últimos dias foram de muitas lavagens de roupinhas incríveis que tu ganhou. Por sinal, o instinto materno aparece sem a gente nem perceber… A primeira vez que vi ele acontecendo foi logo no início da gestação, quando fui surfar com o teu pai. O mar estava pequeno, ondinhas muito menores do que as que costumava pegar e hesitei em MUITAS DELAS. Não foi racional, meu corpo simplesmente não ia. Deixei passar ondas que eu pegaria facilmente antes de te ter aqui comigo, mas com certeza eu não arriscaria nem 1% em nos derrubar no mar. O corpo ficou, eu respeitei. Acho que peguei duas ondas naquele dia, mas saí feliz com as incríveis façanhas que o instinto materno faz.

Depois disso, me peguei dividindo uma das coisas mais simbólicas que eu tenho, a minha penteadeira. Há anos ela me acompanha, não importa quantas vezes eu me mude, quantas vezes eu me desloque, ela está sempre onde estou. Descobri que ela representa pra mim aquele PIN que vemos no Google Maps, ela é o PIN da minha localização, ela está onde meu lar está. Ela sempre foi minha, tua vó desenhou ela para caber EXATAMENTE as minhas coisas (meus CDs e DVDs, por exemplo, coisas que certamente não vão fazer parte da tua realidade) e sim, isso já mostra que faz MUITO TEMPO que ela me acompanha. Acontece que eu nunca dividi esse móvel com ninguém, até que de repente tuas roupinhas começaram a chegar e eu abri mão de uma gaveta dela para tu poder ocupar. Logo em seguida, precisamos de outra gaveta, eu tirei tudo que tinha nela, fiz uma limpa e te dei a tua segunda gaveta. Precisei repetir isso mais algumas vezes até ter colocado metade das minhas coisas fora para tu poderes ocupar com as tuas próprias coisas, que por sinal, não pararam de chegar.

Justamente por isso, teu pai está vindo aqui, trazer o móvel novo que compramos pra ti, porque eu já entendi que ser mãe é te colocar em primeiro lugar, seja abrindo mão de algumas coisas minhas, seja te dando o espaço que eu nem pensava em me dar.

Por falar nesse espaço, já começo perceber que vou descobrir e realocar novos e intermináveis espaços ao longo das nossas vidas… Não vejo a hora para isso, mas confesso, também não estou com pressa, tenho muita coisa pra organizar por aqui antes da tua chegada.

E sobre essa organização, não estou me referindo das estruturas físicas não.

Maternidade

15 semanas de amor – Um Post Escrito em 17 de Abril de 2021

Bom dia, meu amor.

Andei sumida nas últimas semanas e já vou te contar porquê.

Acordei hoje sozinha em casa, apenas com o cachorro que adotei junto com o meu irmão (tomara que tu também tenha boas histórias pra contar junto com o teu ♥), o dia está cinzento por enquanto e resolvi vir escrever enquanto tomo nosso café da manhã.

Duas semanas atrás eu fiz um outro ultrassom, seria o ultrassom para rastrear síndromes, ver questões da placenta e algumas outras coisas a mais… Quando me deitei na maca, o médico começou a me explicar tudo que poderíamos ver com o exame, foi quando no final ele completou “e talvez vamos conseguir ver o sexo”. Não me entenda mal, mas eu não estava preparada para isso. Desde antes de engravidar suspeitei que você fosse menina, o que fez eu acabar não considerando a outra hipótese… Quando o médico disse aquilo eu pensei “que droga, se eu soubesse, tinha me preparado psicologicamente!”.

Exame vai, exame vem, te vi ♥. Chutando muito feliz, se mexendo, mexendo as mãozinhas, uma coisinha tão pequena e tão linda! Foi quando o médico contou “aqui está a barriga, aqui está o fêmur e aqui está o peruzinho.”. Na hora eu pensei “peruzinho?!!” e ele completou “90% de chance de ser MENINO!”. Confesso, meus butiás todinhos caíram no chão! Como que a minha intuição teria errado???? (tudo bem… pra mim, a minha intuição já falhou muitas vezes, essa seria apenas mais uma…)

Saí do exame querendo ligar pro teu pai o quanto antes para contar a novidade, mas ele recém tinha começado um atendimento, então eu sabia que teria que esperar UMA HORA para conseguir falar com ele. A tua avó tinha ido comigo no exame e fui almoçar com ela logo em seguida, mostrando as fotos do ultrassom e contando a novidade.

Eu acreditei tanto na minha intuição sobre ser menina, que nem nome de menino havíamos separado! Que gafe, não é mesmo?!

Assim, que teu pai saiu do atendimento, liguei para ele e contei a notícia!

E foi assim que a busca pelo teu nome começou… Separamos vários, reduzimos um pouco, me estressei um pouco também… Admito. Mas no fim estávamos em dúvida de dois e pedimos a opinião de algumas pessoas, inclusive do teu irmão, que preferiu Théo.

Então Théo, se os 90% de chance se confirmarem, seja bem vindo como o mais novo menino da família. ♥

Maternidade

Aqueles pequenos detalhes – Um Post Escrito em 15 de Março de 2021

Bom dia meu/minha pequeno/a figo (pelas nossas contas, já estamos desse tamanho todo! 10 semanas e contando!)!

Resolvi vir aqui nesta segunda pela manhã, entre alguns trabalhos e organizações para registrar uma coisa engraçada que acontece nesse final de semana (ou foi durante semana mesmo?). Estamos morando atualmente no apartamento da sua avó, só eu e você (sua avó vem de vez em quando nos visitar), o apartamento é ótimo, dois quartos, uma sacada e nada nos falta aqui. A única coisa que podia melhorar é essa garagem, na qual eu demorei muito a entender como seria a melhor forma de estacionar o carro, haja paciência! Quando seu pai dirige, eu costumo sair antes dele estacionar, já que tem um pilar e a porta do carona acaba não abrindo totalmente, porém na hora de entrar eu me espremo um pouquinho e entro com a porta semiaberta mesmo.

Isso quer dizer que eu já estou acostumada a me espremer um tantinho para entrar no carro e já entendi o tanto de espaço que preciso pra isso. Quer dizer… Tinha entendido. Num desses dias quando fui entrar a porta bateu bem na ponta da minha barriga e foi naquela hora que eu percebi que você está maior do que eu imaginava.

Realmente fiquei surpresa.

Esta é praticamente uma carta de desculpas pelo chacoalho que deve ter dado aí dentro e também uma forma de eu dizer que estou extremamente feliz com este nosso crescimento.

Os próximos meses prometem e eu estou muito animada com isso!

Com carinho, mamãe.

Maternidade

Começando pela metade – Um Post Escrito em 9 de Março de 2021


Filho/a, sua avó esses dias me perguntou se eu estava fazendo o diário do bebê. Ela disse que não havia me perguntado antes pois deduziu que eu já estaria escrevendo (considerando que sou dessas que gosta de registrar as coisas)… Acontece que eu não estava. Este último mês me tomou de um jeito que eu não saberia descrever. Foram emoções, organizações, sonhos e planos acontecendo tudo junto sem muito tempo para eu me organizar, de uma forma que acabei não escrevendo.

Então, pensei em comprar um caderno, pensei em comprar o tal “Livro do Bebê”, mas em todas as vezes que cogitei, vi que não fazia muito sentido para mim essas formas de registro. Então resolvi escrever aqui, não para apenas registrar, mas para te contar como e o quanto eu te esperei, e quem sabe, se um dia você quiser ler, tenha certeza que você veio na hora certa, alegrando muito a minha vida e a vida do seu pai.

Você completa 10 semanas amanhã, aproximadamente 3cm, batimentos a 164bpm e consumindo todas as minhas energias para você crescer da forma mais incrível possível. Ontem e hoje consegui trabalhar, arrumar a casa, dar conta das tarefas. Não posso dizer o mesmo das últimas duas semanas, nas quais eu só queria dormir, bocejar e ficar atirada no sofá ou na cama. E tudo bem. Eu entendo que crescer rápido assim demande muito, e se eu andava cansada, imagina você!

São quase 22h e eu tenho tanta coisa pra te contar que não tem como eu escrever de uma vez só, então aos pouquinhos vou deixar registrado aqui cada detalhe desse amor que só cresce.

Com amor,
Mamãe.